segunda-feira, 18 de maio de 2009

SE DEIXAR FLUIR NO ESPÍRITO SANTO

Meditando sobre Maria, e desejando ser como ela, descobri várias coisas interessantes. Ela nos dá o exemplo de como é mais importante estar aos pés de Jesus do que fazer qualquer outra coisa, mesmo que seja para Ele. Agora, porém, quero dividir o que descobri meditando sobre o episódio da ressurreição de Lázaro, irmão de Marta e Maria. A Bíblia diz que Lázaro era amigo de Jesus. Assim que ele adoeceu, suas irmãs mandaram dizer ao Mestre: "Senhor, aquele a quem amas está doente". Conhecemos a história, narrada em João 11:1-44. Jesus demorou-se propositadamente para que a glória de Deus fosse manifestada, e quando ele chegou na casa delas, Lázaro já havia morrido. O que me chamou a atenção foi a atitude das duas mulheres.
As duas tiveram um encontro e um diálogo com o Senhor a respeito da morte de seu irmão. As duas falaram exatamente a mesma coisa, mas as respostas foram diferentes. "Disse Marta a Jesus: Senhor, se estivesses aqui meu irmão não teria morrido. Mas sei que, mesmo agora, Deus te dará tudo o que pedires". Marta cria que Jesus tinha poder para ressuscitar seu irmão. Ela cria que Ele era o Cristo, o Filho de Deus. O Senhor lhe disse palavras tremendas, como o famoso texto "Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que morra, viverá". Mas, lendo um pouco mais, vemos que a atitude de Maria, ainda que usando as mesmas palavras de Marta, foi a que Lhe tocou o coração. Depois de conversar com o Mestre, Marta "foi para casa e, chamando à parte Maria, disse-lhe: O Mestre está aqui e está chamando você.
Ao ouvir isso, Maria levantou-se depressa e foi ao encontro dEle (...). Chegando ao lugar onde Jesus estava e vendo-o, Maria lançou-se aos Seus pés e disse: Senhor, se estivesses aqui meu irmão não teria morrido". Foram as mesmas palavras de Marta. Mas diz o texto, ainda: "Ao ver chorando Maria (...) Jesus agitou-se no espírito e comoveu-se (...). Ele perguntou: Onde o sepultaram? (...). Jesus chorou". Não havia nada de errado na atitude de Marta. Ela cria no Senhor. Mas a extravagância de Maria, seu choro compulsivo e sua atitude de correr e se lançar aos pés de Jesus comoveu o espírito do Senhor. Não quero afirmar aqui que meras lágrimas tocam o coração de Jesus. Pelo contrário, Ele, que conhece e sonda o coração dos homens, sabe exatamente quais são as motivações do coração. O que quero dizer é que o que toca o coração de Jesus é a adoração e a busca sem reservas, sem temor do que os outros possam pensar. Quero comover o coração do Senhor através da minha adoração extravagante. Lázaro foi ressuscitado, e posso imaginar a grande festa que aconteceu por causa disso. O choro foi transformado em alegria.
As palavras que Jesus disse a Marta foram por ela compreendidas. E eu, meditando nisso tudo, entendi que preciso mesmo é aprender com Maria. O texto do Evangelho de João 12:1 a 7 e as outras passagens nos Evangelhos, que relatam a mesma história, nos contam que Jesus estava jantando na casa de Lázaro. Marta continuava servindo. Maria, para a surpresa de todos, preparava algo especial para demonstrar seu amor ao Senhor. Fico imaginando quando "Maria pegou um frasco de nardo puro, que era um perfume caro, derramou-o sobre os pés de Jesus e os enxugou com os seus cabelos. E a casa encheu-se com a fragrância do perfume". Que ousadia! Que paixão! Ela mais uma vez mostrou seu intenso amor ao Mestre. Ela não se envergonhou das pessoas ao seu redor. Ela não se intimidou pensando que iria incomodar a Jesus ou aos outros que estavam ali. Ela simplesmente derramou de seu tesouro, e se deu também ao enxugar os pés do Senhor com seus próprios cabelos.
É interessante notar que foi entre os próprios discípulos de Jesus que a oposição se levantou. Conosco não seria diferente.
Quando fazemos como ela, muitos criticam dizendo que é exagero, emocionalismo ridículo que não agrada a Deus. Mas não foi bem isso que Jesus disse. Ele, que é o alvo desse gesto, desta paixão sem limites, disse que a atitude de Maria tinha tanto valor que deveria ser contado onde quer que o Evangelho fosse anunciado!(Mc 14:3-9, Mt 26: 6-13). Já ouvi comentários de pessoas que, após saírem de um culto de adoração que demorou mais do que esperavam, ou no qual coisas "extravagantes" foram feitas para o Senhor, utilizaram versos como "o espírito do profeta está sujeito ao profeta", criticando os apaixonados que não "estão nem aí para o que pensam deles". É claro que precisamos ser guiados pelo Espírito do Senhor para oferecer uma adoração que Lhe agrade. E foi o que aconteceu com Maria. Muitos pensavam que o que ela estava fazendo era apenas desperdiçar aquele perfume caro (300 denários, que equivalia a um ano de trabalho), mas era o Espírito de Deus quem a havia movido para ungir Jesus antes de Seu sepultamento.
O que Maria fez foi muito mais do que derramar perfume em Jesus. Havia um significado no seu gesto. São os "apaixonados extravagantes" que dão lugar à adoração. São eles que experimentam a adoração que é movida pelo Espírito Santo e que rompe com preconceitos, ordens pré-estabelecidas e dá lugar à liberdade. Eles vivenciam a adoração que de profundo significado no mundo do espírito, e que os carnais não podem entender. Nosso relacionamento com Jesus passa de mera religião para algo vivo e novo a cada encontro. Deixamos de cultuar a Deus por obrigação ou até mesmo prevendo tudo como uma "chatice" que se repete sempre. Passamos a experimentar uma entrega total, radical, de tudo o que temos e somos, não importando o que os outros pensem a nosso respeito. O fluir do Espírito nos leva a agradar não aos homens, mas ao coração de Jesus. Outro detalhe que me tocou foi a afirmação de que "a casa encheu-se com a fragrância do perfume". Quando em uma igreja, em uma reunião, em um ensaio, em algum lugar um adorador se deixa fluir no Espírito, acontece um romper.
Todos são envolvidos pela fragrância que é liberada por aquele sacrifício. Já participei de muitas ministrações quando o verdadeiro fluir de Deus só aconteceu quando eu me lancei sem reservas diante de Jesus. É preciso quebrar as barreiras do nosso tradicionalismo, da nossa preocupação com os outros e deixar que o Espírito Santo encha toda a casa com Seu perfume. Eu aprendi mais uma vez com Maria. Quero ser "extravagante", e guiada pelo Espírito a agir profeticamente na minha adoração a Jesus.

fonte: Melodia

terça-feira, 5 de maio de 2009

Maria é mãe de Deus?

O uso da expressão "Maria, mãe de Deus" foi oficialmente autorizado no Concílio de Éfeso no século V. O concílio procurou resolver uma diferença entre alguns bispos em referência à divindade e à humanidade de Jesus.
Em conversas com católicos, poucos assuntos são mais polêmicos do que a posição de Maria no plano da redenção. Ao longo da História, a Igreja Católica tem elaborado uma série de doutrinas sobre a mãe de Jesus. Quando examinamos as Escrituras, percebemos que muitas dessas doutrinas não vêm da palavra de Deus.
O uso da expressão "Maria, mãe de Deus" foi oficialmente autorizado no Concílio de Éfeso no século V. O concílio procurou resolver uma diferença entre alguns bispos em referência à divindade e à humanidade de Jesus. A Bíblia apresenta Jesus como Deus que se fez carne (João 1:1,14). Várias pessoas têm tentado separar essas duas características de Jesus Cristo, às vezes sugerindo que fosse duas pessoas distintas, uma espiritual e a outra carnal. Não contentes com as afirmações das Escrituras, alguns homens procuram explicar detalhadamente coisas que Deus não revelou (veja Deuteronômio 29:29). O resultado, freqüentemente, é que um extremo falso provoca uma reação igualmente errada, e novas doutrinas nascem.
Quando teólogos se reuniram em Éfeso, uma cidade conhecida por sua exaltação de uma deidade feminina (veja Atos 19:23-41), não se contentaram em estudar o que as Escrituras dizem sobre a humanidade e a divindade de Jesus Cristo. Para defender o fato que Jesus é Deus, eles argumentaram assim: "Emanuel realmente é Deus, e a santa Virgem é, portanto, Mãe de Deus" (John A. Hardon, S.J., The Catholic Catechism, 135). Superficialmente, a lógica parece válida, e assim foi oficializado o dogma de "Theotokos" (Mãe de Deus), uma doutrina que não se encontra na Bíblia.
Depois dessa, vieram várias outras novas doutrinas sobre Maria. Não contentes com as afirmações bíblicas que Maria continuou virgem até o nascimento de Jesus, acrescentaram a doutrina da virgindade perpétua dela. Tentando defender a pureza de Maria enquanto negavam a inocência e pureza de todas as crianças, inventaram a noção da imaculada conceição, que se tornou dogma no século XIX. Em 1950, Pio XII tomou mais um passo, segundo a vontade de milhões de católicos, quando afirmou como dogma a crença da Assunção de Maria ao céu. Agora, no início do século XXI, o Vaticano está sendo bombardeado com petições para exaltar Maria ainda mais. Por enquanto, não foi decidido se Roma ordenará que Maria seja vista como co-redentora, ao lado de Jesus.
De toda essa história, devemos aprender algumas lições importantes: Não devemos negar nada que a Bíblia afirma sobre Maria, mas também não devemos criar ou aceitar doutrinas humanas sobre a mãe de Jesus. Quando refutamos doutrinas falsas, precisamos ter cuidado para não inventar outros ensinamentos igualmente errados. Devemos falar de acordo com as Escrituras, sem acrescentar nada (1 Pedro 4:11; 1 Coríntios 4:6; 2 João 9).


Por Dennis Allan