quarta-feira, 16 de setembro de 2009

É PRECISO PERDOAR

Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai e sereis perdoados; dai, e dar-se-vos-á; boa medida, recalcada, sacudida, transbordante, generosamente vos darão; porque com a medida com que tiverdes medido vos medirão também. Lucas 6:37-38.
A falta de perdão é algo grave que necessita ser tratada de forma urgente. Ela é um sintoma de que a nossa saúde espiritual não vai nada bem. É uma enfermidade, responsável pela morte de centenas de pessoas todos os dias, e é apenas a ponta do iceberg. É um sinal de que todo o organismo está infectado pelo vírus do pecado.
Jesus contou uma bela parábola sobre o perdão. Um rei resolveu acertar contas com os seus servos. Diante dele encontrava-se um de seus servos que lhe devia muito, muito mesmo, e não tinha como pagar. A sentença foi imediata: ele perderia a liberdade, como também sua mulher e os seus filhos, pois passariam à condição de escravos e os seus bens seriam vendidos. Para ele, tudo de mais precioso estava perdido. O servo não viu outra alternativa senão o caminho da humilhação. Prostrou-se diante do rei e pediu clemência. O rei, cheio de misericórdia e compaixão, perdoou-lhe a dívida. Aquela enorme dívida havia sido perdoada! Ele nem acreditava. Uma nova possibilidade de existir se abria diante dele, vida nova. Porém, esta pessoa não soube avaliar a dimensão de sua liberdade. Quando encontrou alguém que lhe devia uma pequena quantia, maltratou-o, aplicando a justiça dos homens, e o lançou na prisão. O bondoso rei, quando soube, não gostou nem um pouquinho. Mandou chamá-lo e descarregou a sua ira: "Seu miserável! Eu lhe perdoei uma dívida enorme e você não pode perdoar uma dívida irrisória?" Então, o não-perdoador foi entregue aos torturadores, até que pagasse ao rei toda a sua dívida.
A avaliação de Jesus, após contar esta instrutiva parábola, é a seguinte: Assim também meu Pai celeste vos fará, se do íntimo não perdoardes cada um a seu irmão. Mateus 18:35. Tudo indica que o não-perdão de nossa parte não é muito aceito por Deus! O pior é que, cada um de nós tem dívidas a pagar e elas começam nos lares, com os pais, com o cônjuge, com os filhos, passando pela Igreja e pela sociedade em que vivemos. Contudo, a ênfase da palavras de Jesus está em retermos, em nosso íntimo, o perdão ao próximo. Se do íntimo não perdoardes você sofrerá as conseqüências, é o que Jesus dizia em outras palavras. Afinal, é possível dizer que perdoamos e não termos perdoado de fato? Sim.
Nesta passagem de Mateus 18:32-35, a palavra perdão tem o significado de "atirar", "mandar para fora", "deixar ir". O termo tem uma conotação de remir dívidas e, por extensão, remir pecados ou perdoar, tal como aparece no texto de João 20:23: Se de alguns perdoardes os pecados, são-lhes perdoados; se lhos retiverdes, são retidos. Quando não perdoamos alguém, retemos esta dívida dentro de nós. Levamos em nosso íntimo os que nos agrediram, os que nos violentaram, os que nos rejeitaram e todos aqueles que nos causaram prolongados e profundos sofrimentos. A palavra perdão era usada para designar o ano do jubileu, quando todas as dívidas eram esquecidas. O não-perdoar faz acumular dentro de nós um sentimento negativo, um emaranhado de emoções como ódio, ira, raiva e angústia. Esta carga emocional maligna é responsável pela causa de câncer, depressão, desespero, temores, consciência de fracasso, sentimentos de vazio e futilidade, e de infindáveis enfermidades e doenças. Mas, graças a Deus por Cristo crucificado e ressuscitado dentre os mortos! Pelo novo nascimento temos a certeza de que o nosso velho homem foi crucificado e que fomos refeitos em Cristo Jesus. Recebemos a vida da ressurreição, a qual nos capacita a remover os antigos cadáveres retidos dentro de nós. Já não há lugar para a ira e a raiva, longa e profundamente reprimidas. Jesus veio reconstruir o santuário de Deus e remover as impurezas do templo.


Julio Cesar Lucarevski

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